O que é amortização? Neste artigo essencial para contadores, você encontrará uma explicação clara e concisa sobre o tema. Além disso, você encontrará exemplos detalhados e explicações sobre depreciação e amortização na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Este guia completo fornecerá uma visão aprofundada, ajudando contadores a navegar pelo complexo mundo da amortização de forma eficiente e informada.
Confira o que você vai ler:
- O que é amortização?
- Como funciona o processo de amortização?
- Qual é a diferença entre a amortização constante e a amortização progressiva?
- Quais são os tipos de amortização?
- Como calcular a amortização de um financiamento?
- Qual é a diferença entre a tabela Price e a tabela SAC?
- Como ela pode afetar o custo total do financiamento?
- Exemplo de Tabela Price
- O que é amortização contábil?
- O que é depreciação?
- O que é amortização Fiscal?
- Como contabilizar a amortização?
- O que é a amortização na DRE?
- Conclusão
O que é amortização?
Amortização é o processo de pagar uma dívida ao longo do tempo através de pagamentos regulares e periódicos. Esses pagamentos geralmente incluem tanto o valor principal quanto os juros. A amortização é usada em diferentes tipos de empréstimos, empréstimos estudantis e financiamentos de veículos.
Durante o período de amortização, cada pagamento feito reduz tanto o saldo principal quanto os juros acumulados, resultando na liquidação total da dívida ao final do prazo estabelecido. Esse processo ajuda os devedores a planejar seus pagamentos de forma organizada e previsível, enquanto os credores recebem pagamentos consistentes.
Além disso, a amortização também se aplica à depreciação de ativos intangíveis, como patentes e direitos autorais, onde o custo desses ativos é distribuído ao longo de sua vida útil.
Como funciona o processo de amortização?
O processo de amortização envolve a redução gradual do valor de um ativo ou da dívida ao longo do tempo. No caso de ativos como propriedade, planta e equipamento, a depreciação é a distribuição do custo ao longo do tempo. Já em empréstimos ou financiamentos, a amortização refere-se ao pagamento gradual do principal do empréstimo.
Os ativos intangíveis podem ser amortizados de forma linear ou degressiva. A amortização linear distribui o custo ao longo do tempo, enquanto a amortização degressiva tem uma maior redução nos primeiros anos.
Contudo, nos empréstimos, os pagamentos regulares geralmente incluem tanto os juros quanto uma porção do principal. À medida que os pagamentos são feitos, o valor da dívida diminui, pagando-a gradualmente ao longo do tempo.
Qual é a diferença entre a amortização constante e a amortização progressiva?
A amortização constante e a amortização progressiva são duas formas diferentes de dividir o custo de um ativo ou pagamento de um empréstimo ao longo do tempo. A amortização constante mantém o valor a ser amortizado constante em cada período contábil, o que facilita o cálculo e proporciona pagamentos regulares.
Já a amortização progressiva envolve uma distribuição que varia ao longo do tempo, com parcelas menores nos primeiros períodos e parcelas maiores nos períodos subsequentes. Portanto, isso pode resultar em pagamentos iniciais mais baixos, mas com valores crescentes ao longo do tempo.
Enfim, a escolha entre os dois métodos depende das necessidades específicas da empresa e das características do ativo ou empréstimo, levando em consideração as implicações financeiras e contábeis.
Quais são os tipos de amortização?
Existem dois tipos principais de amortização: a Tabela Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC).
- A Tabela Price: é um método de pagamento de empréstimos com parcelas fixas, mas a proporção entre juros e amortização varia ao longo do tempo. No início, a maior parte da prestação é destinada aos juros, com a porção referente à amortização aumentando gradualmente. Isso proporciona prestações mensais mais estáveis, o que pode ser vantajoso para quem busca maior previsibilidade nos pagamentos.
- No SAC: tem uma amortização constante e os juros diminuem ao longo do tempo. Isso resulta em prestações mensais decrescentes, sendo uma opção interessante para quem prefere uma redução progressiva das parcelas. Apesar das prestações iniciais serem mais altas, o SAC geralmente tem custos totais menores ao longo do empréstimo.
A escolha entre esses métodos depende das preferências do devedor, da capacidade de pagamento e dos objetivos financeiros. Cabe ao contador entender esses métodos e orientar sobre qual se adequa melhor às necessidades específicas da empresa ou do cliente.
Como calcular a amortização de um financiamento?
O cálculo da amortização em um financiamento depende do método de amortização utilizado. Contudo, duas abordagens comuns são a Tabela Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC). Vou explicar como calcular em ambas:
- Tabela Price:
- A fórmula para calcular a amortização em um período na Tabela Price é A = P – (PV * i).
- A é a amortização,
- P é a prestação mensal,
- PV é o saldo devedor no início do período,
- i é a taxa de juros mensal.
- A fórmula para calcular a amortização em um período na Tabela Price é A = P – (PV * i).
- Sistema de Amortização Constante (SAC):
- A amortização no SAC é constante ao longo do tempo. A fórmula para calcular a amortização (A) em um determinado período é simplesmente o valor do principal dividido pelo número total de períodos. Portanto, A = PV / N, onde:
- A é a amortização,
- PV é o saldo devedor no início do período,
- N é o número total de períodos.
- A amortização no SAC é constante ao longo do tempo. A fórmula para calcular a amortização (A) em um determinado período é simplesmente o valor do principal dividido pelo número total de períodos. Portanto, A = PV / N, onde:
No início de cada período, o saldo devedor é ajustado subtraindo-se a amortização do saldo devedor do período anterior.
É possível criar uma tabela mensal durante o empréstimo. Essa tabela mostra a evolução do saldo devedor, os juros, a amortização e o total pago em cada período. Além disso, fornece uma visão clara do andamento do financiamento e auxilia na tomada de decisões financeiras.
Qual é a diferença entre a tabela Price e a tabela SAC?
A forma como as prestações mensais são estruturadas e como a amortização e os juros são distribuídos ao longo do tempo constitui a principal diferença entre a Tabela Price e a Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante). Enfim, aqui estão as distinções fundamentais entre esses dois métodos:
- Composição das Prestações:
- Tabela Price: As prestações mensais na Tabela Price possuem valores fixos ao longo do período do empréstimo. Contudo, no início, a maior parte da prestação é destinada ao pagamento de juros, enquanto a parte relativa à amortização aumenta progressivamente.
- Tabela SAC: No Sistema de Amortização Constante, a amortização é constante em cada período. Enfim, como resultado, as prestações mensais são decrescentes ao longo do tempo, pois os juros diminuem com o saldo devedor.
- Valor Total Pago:
- Tabela Price: Embora as prestações sejam mais estáveis, o valor total pago ao longo do empréstimo tende a ser maior devido à distribuição inicial mais significativa para os juros.
- Tabela SAC: O valor total pago no SAC geralmente é menor em comparação com a Tabela Price, já que a amortização constante leva a uma redução mais rápida do saldo devedor e, consequentemente, dos juros.
- Previsibilidade vs. Economia:
- Tabela Price: Oferece maior previsibilidade nas prestações mensais, sendo adequada para quem busca estabilidade nos pagamentos ao longo do tempo.
- Tabela SAC: Proporciona economia total devido à amortização mais rápida, mas as prestações iniciais podem ser mais altas, o que pode ser desafiador para alguns devedores.
Enfim, a escolha entre a Tabela Price e a Tabela SAC depende das preferências do devedor, da capacidade de pagamento e dos objetivos financeiros, sendo crucial para o contador compreender esses métodos para orientar de maneira eficaz seus clientes ou empresas na escolha mais adequada.
Como ela pode afetar o custo total do financiamento?
A amortização tem um impacto direto no custo total do financiamento, influenciando o valor total pago ao longo do período do empréstimo. Contudo, essa relação entre amortização e custo total varia dependendo do método utilizado, como na Tabela Price ou no Sistema de Amortização Constante (SAC). Alguns dos principais pontos de como ela pode afetar o custo total do financiamento são:
Tabela Price
- Na Tabela Price, as prestações mensais são fixas, mas a maior parte delas é destinada ao pagamento de juros nos estágios iniciais. Enfim, isso significa que a amortização inicial é relativamente baixa.
- Como ela aumenta gradualmente ao longo do tempo, o saldo devedor diminui mais lentamente no início, resultando em um acúmulo maior de juros durante os primeiros períodos.
- A Tabela Price tende a resultar em um custo total de financiamento mais elevado, uma vez que os juros são aplicados sobre um saldo devedor mais alto por um período mais extenso.
Sistema de Amortização Constante (SAC)
- No SAC, a amortização é constante, levando a prestações mensais decrescentes. Isso implica que a parte da prestação destinada a juros diminui ao longo do tempo, enquanto a amortização aumenta.
- Contudo, com uma amortização mais rápida, o saldo devedor diminui mais rapidamente, resultando em juros menores aplicados sobre o saldo remanescente.
- O custo total do financiamento no SAC tende a ser menor do que na Tabela Price, devido à redução mais rápida do saldo devedor e, consequentemente, dos juros.
A Tabela Price oferece prestações mensais mais estáveis, mas pode resultar em um custo total mais elevado devido à distribuição inicial mais expressiva para os juros. Entretanto, o SAC proporciona economia ao longo do tempo, com prestações decrescentes, mas pode demandar pagamentos iniciais mais altos.
Exemplo de Tabela Price
Vamos criar um exemplo simplificado de Tabela Price para um empréstimo de R$10.000, com uma taxa de juros de 1% ao mês e um prazo de pagamento de 12 meses:
Saldo Devedor (R$) | Prestação (R$) | Juros (R$) | Amortização (R$) | |
01 | 10.000,00 | 867,74 | 100,00 | 767,74 |
02 | 9.232,26 | 867,74 | 92,32 | 775,42 |
03 | 8.456,84 | 867,74 | 84,57 | 783,17 |
04 | 7.673,67 | 867,74 | 76,74 | 791,00 |
05 | 6.882,66 | 867,74 | 68,83 | 798,91 |
06 | 6.083,75 | 867,74 | 60,84 | 806,90 |
07 | 5.276,85 | 867,74 | 52,77 | 814,97 |
08 | 4.461,88 | 867,74 | 44,62 | 823,12 |
09 | 3.638,76 | 867,74 | 36,39 | 831,35 |
10 | 2.807,41 | 867,74 | 28,07 | 839,67 |
11 | 1.967,74 | 867,74 | 19,68 | 848,06 |
12 | 1.119,68 | 867,74 | 11,20 | 856,54 |
O que é amortização contábil?
A amortização contábil é o processo de distribuir o custo de um ativo intangível ao longo do seu período de vida útil. Diferente da amortização financeira, que está relacionada a empréstimos e financiamentos, a amortização contábil envolve a alocação sistemática do valor do ativo ao longo do tempo, refletindo seu desgaste, obsolescência ou perda de valor ao longo dos anos.
Além disso, a inclusão da amortização contábil na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é importante para que investidores e analistas compreendam o impacto dos custos associados à perda de valor dos ativos intangíveis no desempenho operacional da empresa.
Além disso, a amortização contábil influencia as decisões de gestão e as avaliações financeiras, sendo fundamental para a análise da margem operacional e do lucro líquido.
Veja abaixo um Lançamento de Amortização no Sistema Contábil Makro:
Lançamento de amortização:
D – Amortização (Despesas operacionais)
C – (-) Amortização de intangíveis (Conta redutora de ativo)
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O que é depreciação?
A depreciação aloca sistematicamente o custo de um ativo ao longo de sua vida útil. Esse processo reconhece o desgaste, a obsolescência ou a perda de valor que os ativos sofrem com o tempo. Empresas aplicam a depreciação a ativos como equipamentos, veículos, máquinas e edifícios.
Para calcular a depreciação, utilizam diferentes métodos, sendo os mais comuns o método linear e o método degressivo. A depreciação influencia a determinação do lucro líquido, o valor contábil dos ativos e os impostos a serem pagos. Ao longo do tempo, as empresas acumulam a depreciação em uma conta chamada “Depreciação Acumulada” no balanço patrimonial.
Contudo, é importante compreender a depreciação ao preparar demonstrações financeiras e relatórios fiscais, pois ela influencia diretamente a apresentação precisa da situação financeira de uma empresa.
O que é amortização Fiscal?
A amortização fiscal, também conhecida como depreciação fiscal, permite às empresas deduzirem despesas associadas à depreciação de ativos tangíveis ao calcular a base tributável.
Ela permite deduzir ao longo do tempo o custo de aquisição ou produção de equipamentos, veículos, máquinas e instalações, refletindo a perda de valor desses bens com o tempo. As empresas aplicam isso para determinar a base tributável, reduzindo o lucro tributável e, consequentemente, o valor sujeito a impostos.
Contudo, existem diferentes métodos de amortização fiscal, como o método linear e o método degressivo. Essa prática é importante para a gestão fiscal das empresas, permitindo que elas otimizem seus passivos fiscais ao longo do tempo.
Como contabilizar a amortização?
A contabilização da amortização envolve o registro apropriado da redução do valor de ativos ao longo do tempo, seja para ativos intangíveis ou para ativos tangíveis (depreciação fiscal). Enfim, vou fornecer um exemplo simples usando o método linear, que é um dos métodos comuns.
Exemplo de Contabilização da Amortização (Método Linear):
- Ativo Intangível:
- Suponha que uma empresa adquiriu um software por R$12.000, com uma vida útil estimada de 3 anos.
- Cálculo da Amortização Anual:
- Amortização Anual = (Custo do Software – Valor Residual) / Vida Útil
- Amortização Anual = (R$12.000 – R$0) / 3 = R$4.000 por ano
- Contabilização Anual (Supondo uma amortização anual):
- Ao final do primeiro ano:
- Débito: Despesa de Amortização (DRE) – R$4.000
- Crédito: Acumulado de Amortização (Balancete) – R$4.000
- Essa operação é repetida nos anos subsequentes.
- Ao final do primeiro ano:
Considerações Importantes:
- Na Demonstração do Resultado (DRE), debitamos a conta “Despesa de Amortização” para refletir a despesa associada à amortização.
- No Balancete, creditamos a conta “Acumulado de Amortização” para registrar a quantia total amortizada até o momento.
Ativos Tangíveis (Depreciação Fiscal):
Para ativos tangíveis, o processo é semelhante, mas as contas específicas podem variar. Portanto, utilize contas como “Depreciação Acumulada” em vez de “Acumulado de Amortização”, e ajuste de acordo com a legislação fiscal aplicável.
Enfim, lembre-se de que as regras contábeis e fiscais podem variar, e é sempre recomendável consultar um profissional contábil para garantir conformidade com as normas locais e legislação vigente.
O que é a amortização na DRE?
Na imagem, apresenta-se a visualização da amortização na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) no grupo de despesas operacionais no Sistema Makro.
Contudo, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a amortização é contabilizada como uma despesa que representa a distribuição periódica do custo de um ativo intangível ao longo de sua vida útil. Essa despesa reflete a diminuição do valor do ativo ao longo do tempo, atribuída a fatores como obsolescência, desgaste ou outros motivos.
A forma de apresentação da amortização na DRE pode variar, geralmente sendo agrupada junto com outras despesas operacionais. Além disso, subtraímos essa despesa da receita total para calcular o lucro operacional antes dos resultados financeiros e impostos. A representação simplificada da amortização na DRE é resumida como:
Receita Total – Custos e Despesas Operacionais – Despesa de Amortização – Lucro Operacional
Portanto, a inclusão na DRE é fundamental para que investidores, acionistas e analistas compreendam o impacto dos custos associados à perda de valor de ativos intangíveis no desempenho operacional da empresa. Além disso, desempenha um papel crucial na análise da margem operacional e do lucro líquido, influenciando as decisões de gestão e as avaliações financeiras.
Um resumo sobre o artigo:
Amortização refere-se à redução gradual do valor contábil de um ativo ao longo do tempo.
O processo envolve a distribuição sistemática do custo de um ativo ao longo de sua vida útil, podendo ser constante ou progressiva.
Amortização constante mantém valores iguais a cada período; a progressiva varia, sendo menor inicialmente e aumentando ao longo do tempo.
Conclusão
Em resumo, a amortização desempenha um papel vital na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), sendo contabilizada como despesa para refletir a distribuição periódica do custo de ativos intangíveis ao longo de sua vida útil.
Contudo, essa prática, essencial para uma análise precisa dos custos operacionais, impacta diretamente o lucro líquido da empresa. A forma de apresentação na DRE, geralmente agrupada com despesas operacionais, proporciona uma visão clara do impacto financeiro da perda de valor desses ativos.
A compreensão adequada do tema é crucial para investidores, acionistas e analistas, influenciando decisões de gestão e avaliações financeiras.
Portanto, a aplicação correta dos métodos de amortização e a sua contabilização adequada são aspectos essenciais para assegurar a conformidade com normas contábeis e fornecer uma representação fiel da situação financeira da empresa ao longo do tempo.
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