A atual Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) entrou em vigor na primeira semana de 2025 no Brasil. Uma das principais mudanças foi a inclusão da Síndrome de Burnout como doença ocupacional.
Embora o Burnout já fosse um dos motivos para o afastamento do colaborador nas empresas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e até para aposentadoria, a adoção dessa classificação consolida a síndrome como um problema de saúde pública.
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O que a OMS diz sobre a Síndrome de Burnout?
Em 2022, a OMS reconheceu oficialmente a Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Esse reconhecimento é fundamental para o tratamento e a compreensão dessa condição, que tem se tornado cada vez mais comum no mercado de trabalho.
Atualmente, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de casos diagnosticados. De acordo com dados de 2023 da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), aproximadamente 30% das pessoas que trabalham no país já sofreram com a doença.
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O que é a Síndrome de Burnout?
A síndrome de Burnout ocorre quando uma pessoa atinge um estado de exaustão física e mental crônica, geralmente causado por estresse prolongado. Segundo a Fiocruz, em uma entrevista no episódio Repórter SUS, a professora e pesquisadora Cláudia Osório, da Universidade Federal Fluminense (UFF), explicou que existem outras doenças associadas ao Burnout e o modelo de pensamento capitalista é um dos principais fatores para o aumento dessa condição.
“O modo de pensar neoliberal do capitalismo é claramente responsável pelo aumento da frequência de depressão e burnout, principalmente. Mas temos também outras doenças (associadas a esse cenário), como infartos do miocárdio, casos de morte súbita nos corredores da empresa, suicídios de executivos na Europa em suas mesas de trabalho. Tudo isso está no mesmo pacote”, explica.
Além disso, ela menciona na entrevista que, nos casos mais graves, a pessoa pode desenvolver depressão.“Não é qualquer depressão, é um tipo muito específico; por isso, merece a diferenciação. Não são os ossos do ofício. Não é normal que o trabalho leve alguém a um ponto de esgotamento em que um fim de semana não te deixa descansado para retomar na segunda-feira”, afirma.
Por fim, os sintomas da Síndrome de Burnout incluem falta de energia, sensação de esgotamento, dificuldade de concentração, ansiedade, irritabilidade e cansaço.
Fonte: Fiocruz, Ministério da Saúde
Perguntas frequentes
A Síndrome de Burnout ocorre quando uma pessoa atinge a exaustão devido ao estresse prolongado. Ela tem cura, mas é necessário que a pessoa siga acompanhamento profissional e realize o tratamento adequado.
Alguns sintomas do Burnout incluem ansiedade, falta de concentração, irritabilidade e cansaço, entre outros. Recomenda-se que, caso você sinta algum desses sintomas, procure um psicólogo.
Segundo informações do Ministério da Saúde, o tratamento dura, em média, de um a três meses, podendo se estender por mais tempo, conforme o caso.