O setor de contabilidade é muito versátil e dinâmico, tendo que se adequar para atender os mais variados lados do mercado de trabalho. O agronegócio, por exemplo, é um setor que possui diversas particularidades quando falamos de contabilidade.
A contabilidade agropecuária é uma ferramenta capaz de auxiliar o produtor rural nas tomadas de decisões, melhorando sua organização no trabalho, na economia e questões financeiras das propriedades rurais, tornando-o capaz de acompanhar a crescente evolução do setor.
Atualmente, muitos empresários do agronegócio veem a contabilidade como fundamental para melhor administrar as atividades e buscar os resultados. E é uma visão recente, uma vez que, até pouco tempo, nem todos tinham a compreensão de como a contabilidade podia contribuir para o desenvolvimento das atividades rurais.
Como dissemos, a Contabilidade Agropecuária possui características próprias, e isso requer uma atualização constante do profissional da área contábil.
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Atividade rual e o empresário
Por lei, empresário rural é a pessoa física ou jurídica que realiza a atividade de exploração da capacidade produtiva da terra ou da água. Seus objetivos são vários, e podem variar entre produção vegetal, criação de animais e industrialização de produtos.
Conforme o artigo 249 da Instrução Normativa (IN RFB) n.º 1700 de 14 de março de 2017, são consideradas atividades rurais:
- I. agricultura;
- II. pecuária;
- III. extração e exploração vegetal e animal;
- IV. exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais;
- V. cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização;
- VI. venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes;
- VII. transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador. A atividade deve ser feita com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria prima produzida na área rural explorada.
Contabilidade agropecuária
Em diversos artigos, falamos da importância de determinada área de trabalho contar com um setor ou profissional específico da área contábil. O agronegócio não é diferente. Como você sabe, é um setor que movimenta bastante dinheiro e é importantíssimo para a economia do nosso país.
Por isso, toda atividade rural precisa de um controle eficiente e um bom gerenciamento do agronegócio. Isso é possível por meio das informações contábeis.
E esse é o grande desafio: fazer chegar essas informações às comunidades e propriedades rurais. Muitas vezes, elas não são analisadas e utilizadas por seus proprietários ou administradores.
Essa situação piora quando há mais de uma atividade rural na propriedade. Quando o caso é esse, muitos proprietários não conseguem distinguir a fonte de suas rendas. Logo, o controle de caixa fica desordenado.
Contabilidade no agronegócio
Ficou claro que a Contabilidade Agropecuária dispõe de algumas particularidades que devem ser observadas na sua prática. Afinal, essa é uma área muito importante para o país e sua economia.
Diferentemente da contabilidade geral, na qual o exercício social equivale a um ano completo, na contabilidade rural o exercício social corresponde ao ano agrícola, que corresponde ao período de processos de plantação, colheita e comercialização da safra.
Essa abertura especial é justa por conta de sua produção sazonal. Não é durante todo o ano que o setor agrícola tem seus produtos próprios para comercialização devido às ações do tempo.
Culturas temporárias e permanentes
Culturas temporárias
As culturas temporárias são culturas sujeitas ao replantio após a colheita. Nesse modelo, todos os custos com a formação do plantio, como sementes, fertilizantes, inseticida, demarcações, entre outros, são contabilizados no Ativo Circulante, classificada como “Estoque”. Quando a colheita terminar, essa conta será baixada para a conta “Produtos Agrícolas”.
Culturas permanentes
Já as culturas permanentes são as que estão vinculadas ao solo, duram mais de um ano e dão mais de uma colheita, como as árvores frutíferas, cana-de-açúcar, cafeicultura e outros.
Ao contrário da cultura temporária, esse método exige que a empresa lance todos os custos necessários para a formação do plantio, como sementes e adubação, no Ativo Não Circulante. Depois da formação da cultura — etapa que pode levar até alguns anos — transfere-se o valor da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura Permanente Formada”.
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Depreciação, amortização e exaustão
Quando falamos de contabilidade e atividade rural, a depreciação representa a perda de valor ou capacidade produtiva dos bens tangíveis. Esses bens fazem parte do Ativo Permanente, servem a vários ciclos de produção e não são destinados à venda.
No agronegócio, depreciação se aplica a culturas permanentes, gados reprodutores, animais de trabalho, máquinas, equipamentos e tratores.
Na legislação tributária atual, não há taxas fixas de depreciação para bens rurais. Por isso, o produtor rural deve estipular o prazo, se explicar detalhadamente essa decisão para evitar problemas com o cumprimento dos prazos.
Já a amortização, na atividade rural, vale para direitos sobre trabalhos em propriedades de terceiros, especialmente quando têm prazo limitado. Por exemplo, se um produtor rural adquire o direito de extrair madeira em uma propriedade alheia com validade de dois anos, ele deve amortizar esse direito durante esse período.
Além disso, a exaustão ocorre quando ocorre a retirada dos recursos naturais do solo, como o corte de árvores. Exemplos comuns em propriedades rurais são a cana-de-açúcar e os eucaliptos, que ilustram bem os casos de exaustão. Assim, entender essas diferenças auxílio o produtor a aplicar corretamente os conceitos contábeis na sua atividade rural.
Papel da contabilidade para o desenvolvimento
Todos os setores que trabalham em conjunto no mundo do agronegócio contribuem de forma direta para o desenvolvimento dessa área em nosso país. Como dissemos, a exportação de produtos é uma das bases econômicas mais importantes do Brasil, o que valoriza ainda mais os produtores rurais.
Com o avanço da tecnologia, a necessidade de se contar com um setor contábil diferenciado aflorou no setor do agronegócio. Num mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, os profissionais que desenvolvem informações concretas — capazes de ajudar proprietários e administradores a entenderem o real desempenho do negócio — ganham ainda mais valorização.
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