Imagine que um cliente entra no seu escritório e pergunta: “Com a Selic subindo, onde devo investir meu dinheiro?” Como contador, você precisa ter essa resposta na ponta da língua. Contudo, a taxa Selic subiu para 13,25% ao ano, alterando significativamente a rentabilidade de diversas aplicações de renda fixa.
Além dissom desde sua criação, a Selic tem sido um dos principais termômetros da economia brasileira, afetando tudo, desde os juros do financiamento até o rendimento das aplicações financeiras. Mas com essa alta, qual a melhor opção para quem tem R$1.000 disponíveis para investir?
Enfim, vamos analisar detalhadamente como a alta da Selic impacta diferentes investimentos e qual deles oferece o melhor retorno.
Você vai ler:
- Alta na Selic e o efeito sobre a renda fixa
- Com a alta na Selic quanto rende R$1.000 na poupança?
- Alta na Selic: Tesouro Selic é a melhor alternativa?
- CDBs com a alta na Selic oferecem maior rentabilidade?
- Fundos DI ainda são uma opção viável?
- Qual o melhor investimento para o contador recomendar?
- Perguntas Frequentes para Contadores e Investidores
Alta na Selic e o efeito sobre a renda fixa
A Selic é a taxa básica de juros do Brasil e influencia diretamente títulos públicos, CDBs, fundos DI e até a poupança. Quando sobe, investimentos de renda fixa tendem a oferecer rentabilidades mais atrativas, já que suas taxas geralmente acompanham o movimento do Banco Central.
Portanto, isso significa que seu cliente pode ganhar mais dinheiro investindo em opções como Tesouro Selic, CDBs e fundos DI, que costumam ter retornos atrelados à taxa básica de juros.
Com a alta na Selic quanto rende R$1.000 na poupança?
Apesar de ser um dos investimentos mais populares do país, a poupança perde competitividade sempre que a Selic ultrapassa 8,5% ao ano. Isso acontece porque sua rentabilidade fica travada em 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial), o que resulta em um rendimento muito abaixo do que outras opções de renda fixa oferecem.
Simulação para R$1.000 investidos na poupança:
- Em 6 meses: R$1.038,60
- Em 30 meses: R$1.208,51
Mesmo sem incidência de imposto de renda, o ganho é baixo em comparação a outras alternativas disponíveis no mercado.
Alta na Selic: Tesouro Selic é a melhor alternativa?
O Tesouro Selic é um título público emitido pelo governo federal e considerado um dos investimentos mais seguros do Brasil. Portanto, sua rentabilidade acompanha diretamente a taxa Selic, tornando-o uma opção interessante para períodos de juros elevados.
No entanto, é preciso considerar a taxa de administração das corretoras (que pode variar) e o desconto do Imposto de Renda sobre os rendimentos, que segue a tabela regressiva (de 22,5% a 15%).
Simulação para R$1.000 investidos no Tesouro Selic:
- Em 6 meses: R$1.045,30 (já descontado IR)
- Em 30 meses: R$1.288,75 (já descontado IR)
Para clientes com perfil conservador que buscam segurança e liquidez, o Tesouro Selic se destaca como uma escolha sólida.
CDBs com a alta na Selic oferecem maior rentabilidade?
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos médios podem oferecer rentabilidades acima de 100% do CDI, tornando-se uma opção bastante atrativa em momentos de alta da Selic.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) acompanha a Selic, então, quanto mais alta a taxa, maior a rentabilidade do CDB.
Simulação para R$1.000 investidos em um CDB de banco médio (110% do CDI):
- Em 6 meses: R$1.054,52 (já descontado IR)
- Em 30 meses: R$1.336,02 (já descontado IR)
O ponto de atenção para seu cliente está na liquidez: muitos CDBs só permitem resgates no vencimento, então é essencial planejar bem antes de investir.
Fundos DI ainda são uma opção viável?
Os fundos DI investem majoritariamente em títulos públicos e seguem o CDI. Contudo, muitos cobram taxas de administração, o que pode comprometer parte da rentabilidade.
Se a taxa for superior a 0,50% ao ano, o Tesouro Selic ou um CDB bem escolhido podem ser opções melhores.
Simulação para R$1.000 investidos em um fundo DI (taxa de 0,50% a.a.):
- Em 6 meses: R$1.042,70 (já descontado IR)
- Em 30 meses: R$1.273,80 (já descontado IR)
Apesar de seguros e com liquidez diária, fundos DI precisam ser analisados caso a caso, pois as taxas podem corroer parte do lucro.
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Qual o melhor investimento para o contador recomendar?
A escolha do melhor investimento depende de alguns fatores essenciais, como perfil de risco do investidor, necessidade de liquidez e objetivo financeiro.
Resumo das opções:
Investimento | Rentabilidade em 6 meses | Rentabilidade em 30 meses | Liquidez | Imposto de Renda |
---|---|---|---|---|
Poupança | R$1.038,60 | R$1.208,51 | Alta (mensal) | Não há |
Tesouro Selic | R$1.045,30 | R$1.288,75 | Média | Sim |
CDB (110% CDI) | R$1.054,52 | R$1.336,02 | Baixa (depende do vencimento) | Sim |
Fundo DI | R$1.042,70 | R$1.273,80 | Alta (diária) | Sim |
Se a prioridade for liquidez e segurança, Tesouro Selic ou um Fundo DI de baixa taxa são boas opções. Se o foco for rentabilidade, um CDB de banco médio pode trazer melhores retornos.
Para o contador, compreender esses impactos permite orientar seus clientes de forma mais estratégica, garantindo melhores decisões financeiras em um cenário de alta da Selic.
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Perguntas Frequentes para Contadores e Investidores
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e influencia diretamente o rendimento dos investimentos atrelados ao CDI e aos títulos públicos. Enfim, quando a Selic sobe, aplicações como Tesouro Selic, CDBs e fundos DI tendem a oferecer retornos maiores, tornando-se mais atraentes para investidores conservadores.
Com a Selic mais alta, os bancos aumentam as taxas de juros cobradas em financiamentos e empréstimos, tornando o crédito mais caro. Portanto, isso pode desestimular o consumo e investimentos por parte das empresas, reduzindo a circulação de dinheiro na economia.
A alta da Selic ajuda a conter a inflação, pois reduz o consumo e dificulta o acesso ao crédito. Com menos dinheiro em circulação, os preços tendem a se estabilizar. No entanto, se o aumento da Selic for muito intenso, pode desacelerar o crescimento econômico.
Com juros elevados, muitos investidores migram para a renda fixa, que passa a oferecer retornos mais previsíveis e competitivos. Isso pode reduzir o interesse na renda variável, impactando negativamente a bolsa de valores. No entanto, ações de setores defensivos, como elétricas e bancos, podem continuar atrativas.
Os maiores beneficiados são os investidores em renda fixa, que passam a ter retornos melhores. Já os tomadores de crédito, como empresas e consumidores que dependem de financiamento, são prejudicados pelo aumento dos custos de empréstimos e financiamentos.