Recentemente, o Banco Central do Brasil (BCB) anunciou o período de testes da nova moeda digital denominada Drex. Isso acontece quase três anos após o lançamento do seu precursor, o Pix, que revolucionou as transferências instantâneas bancárias no país. No entanto, conforme também comunicado pelo BCB, essa inovação só estará acessível aos consumidores no final de 2024. Desta forma, neste artigo, vamos explorar as transformações e trazer mais informações sobre as implicações da nova ferramenta.
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O que é Drex?
Como começamos a explicar no começo deste artigo, o Banco Central do Brasil vem trabalhando para modernizar a forma que os brasileiros vêm realizando movimentações financeiras e a novidade em questão é o Drex. A nova ferramenta anunciada pelo BCB é a moeda digital, em outras palavras, o real online. Esse recurso permitirá que o consumidor faça transferências bancárias, pagamentos de contas, além de aquisições de bens, trazendo dessa forma, segurança e velocidade nas operações financeiras.
Com essa iniciativa, o Brasil se alinhou a outros países que já possuem projetos similares ou estão conduzindo testes com suas próprias moedas digitais, cada um em estágios distintos de desenvolvimento. A China é um exemplo, tendo começado a planejar o projeto e-CNY em 2014. Ao longo de 9 anos, esse projeto continua passando por extensivos testes visando solucionar desafios ainda existentes.
Outro país, a Venezuela, se destacou como pioneiro na adoção da CBDC, que significa Central Bank Digital Currency, traduzido como Moeda Digital pelo Banco Central. Desde 2015, eles implementaram a Petro como sua moeda oficial. A equipe de criação desenvolveu essa ferramenta com o objetivo de estabelecer como opositor ao dólar e pensar no reinício econômico.
Por que Drex?
A palavra Drex surgiu para ser fácil de falar e amplamente usada no cotidiano da população, como projeta o diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central, Maurício Moura em entrevista ao site do BCB.
“Desde o seu lançamento, o Pix logo foi incorporado como palavra corrente no dia a dia. Hoje todos falamos ‘fazer um Pix’. Em breve, também falaremos ‘usar um Drex'”.
O Banco Central elaborou o Drex, buscando conferir modernidade e impacto sonoro ao nome da moeda. As letras “D” e “R” remetem ao Real Digital. O “E” deriva da palavra eletrônico e o “X” simboliza a ligação com a tecnologia utilizada (Tecnologia de Registro Distribuído – DLT).
Qual a diferença entre Drex e Pix?
Essa novidade no mercado financeiro pode gerar diversas dúvidas aos brasileiros, principalmente para aqueles que ainda não estão acostumados com as novas formas de fazer transações bancárias. Uma das possíveis dúvidas é se o Drex é idêntico ao Pix.
A resposta é não. O Pix é uma ferramenta desenvolvida para transações instantâneas de pagamento. Por outro lado, o Drex é a própria moeda digital, representando uma versão eletrônica do real direcionada ao mercado varejista e atacadista. Outrossim, a população utilizará por meio do token.
No entanto, ambas as ferramentas permitirão que os consumidores realizem transações financeiras de forma segura e eficiente. Ademais, a versão digital da moeda brasileira possibilitará o acesso a serviços bancários elaborados para a sociedade, incluindo contratos inteligentes ou dinheiro programável, nos quais os usuários destinam o montante para gastos específicos. Dessa forma, pode alcançar um público mais amplo, incluindo aqueles distantes das agências físicas.
O setor que mais se beneficiará com essa mudança é o comércio. Isso se deve à redução dos custos associados à movimentação de dinheiro físico e à capacidade de atingir pessoas que estão afastadas e que podem fechar negócios. No entanto, haverá uma diferença no funcionamento das instituições financeiras. Isso ocorre porque os bancos não poderão emprestar o capital digital enquanto estiver sob sua custódia, diferentemente do que é feito com o dinheiro físico.
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Piloto Drex: Bancos envolvidos nos testes
De acordo com o comunicado do BCB, a primeira fase de testes será denominada de Piloto Drex. Nesse estágio, a privacidade e a programabilidade serão avaliadas por meio de um protocolo de entrega contra pagamento (DVP) de títulos públicos federais entre diferentes bancos e seus clientes.
Para realizar os experimentos, o Banco Central recebeu 36 propostas de interesse, entre as quais foram escolhidas pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) 16 instituições financeiras de acordo com os critérios determinados. Abaixo a lista dos bancos participantes:
- Bradesco, Nuclea e Setl
- Nubank
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
- Itaú Unibanco
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
- Caixa, Elo e Microsoft
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
- XP, Visa
- Banco BV
- Banco BTG
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft
- Banco B3, B3 e B3 Digitas
- Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
- MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial
- Banco do Brasil
É uma nova criptomoeda?
A moeda digital não é uma novidade para uma parcela da população, pois já faz alguns anos que há também possibilidades de realizar investimentos através dos bitcoins ou por outras criptomoedas.
Vamos voltar no tempo para explicar essa história. Em 2008, surgiu a primeira criptomoeda chamada Bitcoin. Seu propósito é de estabelecer um sistema financeiro descentralizado, permitindo transferências seguras e diretas para os usuários. Ademais, oferece privacidade, tokens para diversas finalidades e simplifica contratos inteligentes.
Desde o seu surgimento até o presente momento, muitas outras criptomoedas emergiram, explorando diferentes usos da tecnologia blockchain. Esta ferramenta consiste em uma sequência de blocos individuais, cada um contendo informações financeiras e todos eles interconectados.
Agora que já sabe o que são as criptomoedas, falaremos sobre a diferença com o Drex. Mesmo que as duas sejam moedas digitais e compartilham os mesmos processos tecnológicos, possuem funcionalidades distintas.
Ficou confuso? Calma que iremos esclarecer.
Nas criptomoedas, a cotação está vinculada à sua demanda e oferta no mercado. Em outras palavras, podemos comparar isso com as ações, cujos os valores flutuam diariamente de acordo com mudanças nas condições de mercado, eventos econômicos e outros fatores. Por outro lado, o valor do Drex não haverá variações, isso porque, a cada R$ 1,00 valerá 1 Drex.
No prática, o real digital funcionará semelhante como as cédulas físicas e poderá ser usado para adquirir bens, como veículos, propriedades, títulos governamentais e outras possibilidades.
Como a moeda digital vai impactar na contabilidade?
Por fim, falaremos sobre os impactos que terão para o setor de contabilidade, como ocorreu com o Pix alguns anos atrás, o Drex também trará alterações para os escritórios e no cotidiano do contador. Isso porque, com o real digital as demandas serão feitas com eficiência, agilidade, além de reduzir erros e tempo.
Em suma, as transações financeiras ganharão maior transparência, visto que o registro das movimentações bancárias será realizado e, adicionalmente, não poderão ser alteradas, permitindo que ambas as partes as visualizem. Dessa forma, caso necessite fazer uma auditoria contábil em tempo real, o profissional terá facilidade de realizá-la.
Assim como seu “primo” Pix, as transações com o Drex também serão realizadas de maneira simplificada e eficiente, desta forma, eliminará a necessidade de procedimentos demorados. Outrossim, com a moeda digital, poderá também trazer novas formas de fluxo de caixa e de receitas tanto para as pessoas jurídicas quanto as físicas. Com isso, os escritórios de contabilidade terão que fazer ajustes nos eventuais relatórios financeiros.
Vale ressaltar que, de acordo com o comunicado do Banco Central, o Drex está atualmente em fase de testes e sua disponibilização está prevista somente para o final de 2024. Até essa data, você, como contador, pode explorar o blog da Makro para acessar mais artigos e se manter atualizado sobre as novidades no campo contábil.
Perguntas frequentes:
Em suma, é a moeda digital brasileira, ou seja, uma versão eletrônica do real.
O Drex representa o dinheiro digital, enquanto o Pix funciona como a ferramenta para transações instantâneas.